Os ‘cases’ apresentados foram da Megasul Construtora, desta cidade e da Cerélus, indústria de alimentos integrais, de Ijuí.
A Associação Comercial e Industrial – ACI – abriu quarta-feira o 7º Seminário “Indústria: do Sonho à Realidade”, que realiza anualmente em maio, com o objetivo de estimular a atividade industrial em nosso meio. O evento teve lugar no salão de atos da URI-SãoLuiz, presentes empresários da cidade e acadêmicos do curso de Administração de Empresas.
A engenheira Larisa Pisoni Gelatti fez a apresentação do ‘case’ da Megasul Construtora e Claudir Ott fez o mesmo em relação a Cerélus – Alimentos Integrais, de Ijuí.
As duas palestras foram de altíssimo nível, revelando o preparo pessoal dos palestrantes. As histórias empresariais reveladas mostram crença nos projetos, preparo profissional, determinação, ousadia e capacidade de superar obstáculos, sem jamais desistir diante das dificuldades, que estão presentes em todas as atividades. Em todos os sentidos, até porque os dois projetos são vitoriosos, as palestras, com certeza, foram mentalizadas pelos presentes, que acompanharam as exposições feitas com atenção total.
Ambos receberam da ACI a escultura “Contra todos os Ventos”, de autoria do escultor Vinicius Ribeiro. Larissa Pisoni recebeu a escultura da prof. Sonia Bressan Vieira, integrante da diretoria da ACI e diretora geral da URI-São Luiz. E Claudir Ott recebeu a sua escultura das mãos do presidente da ACI., Sérgio Torres dos Santos.
JANTAR/PALESTRA – O Seminário da Indústria terá continuidade dia 5 de junho, na AABB, onde terá lugar Jantar/Palestra, com o prefeito de Farroupilha, Ademir Baretta, eleito pelo Sebrae Prefeito Empreemdedor/2012, com o ‘case’que apresentará nessa oportunidade, denominado “Do fundo de quintal para o núcleo industrial”, que mostra como foi a implantação do Parque Industrial Santa Rita, naquela cidade. Esse evento é aberto a todos os interessados. No início do próximo mês a ACI iniciará a venda de cartões para ingresso no jantar/palestra.
Legendas Público presente no Seminário da Indústria, promovido pela ACI
Arquivo digital público
Palestrante Larissa Pisoni recebe escultura “Contra todos os Ventos”, da prof. Sonia Bressan Vieira
Arquivo digital Sonia e Larissa
Palestrante Claudir Ott recebe a escultura do presidente da ACI,.Sérgio Torres dos Santos
Arquivo digital Sérgio e Claudir
Crédito das fotos Telão
Megasul Construtora: em 12 anos se tornou empresa de atuação em todo o Estado
Larisa Pisoni,engenheira civil, com pós-graduação em Gestão Empresarial pela Fundação GetúlioVargas, contou que a Megasul, fundada em 01/09/1999, teve como seu primeiro foco a fabricação de pré-moldados de concreto para diversas finalidades. Sua primeira sede foi um modesto galpão na margem da cidade, onde concentrava toda a sua produção.
EVOLUÇÃO – O processo de evolução do negócio teve momento marcante com a construção da sede junto a BR-285, no Bairro Monsenhor Wolski. Iniciou então a atividade comercial com a venda, por atacado,de cimento e material de construção, junto com os artefatos de concreto que produzia em sua indústria.
A fase seguinte foi a atuação como construtora. Larissa e seu irmão Paulo, também engenheiro, decidiram concorrer nas licitações de obras públicas, participando de certames em todo o Estado, sem escolher distâncias. Instalaram canteiros de obras em todas as regiões do Rio Grande do Sul, superando as distâncias com tenacidade, organização e foco na atividade. O pessoal de obras, quase todo ele de São Luiz Gonzaga, passou por treinamento, revisado periodicamente, a fim de que a interação seja efetiva do engenheiro ao peão, isto é, o que se decide fazer e como fazer, é plenamente atendido pelo trabalhador na obra.
ELENCO DE OBRAS – Hoje com 178 obras realizadas para governos nas esferas federal, estadual e municipal, a Megasul se orgulha do conceito construído, alicerçado na qualidade, o que tem aberto oportunidades para novas realizações. Entre as obras realizadas, Larissa destacou duas, de caráter histórico/cultural,que foi o Memorial do presidente João Goulart, em São Borja e a recuperação da casa de David Canabarro, em Santana do Livramento.
Larissa disse que o maior contratante da Megasul é o Estado do Rio Grande do Sul, para quem especialmente constroi e reforma prédios escolares, entre outros prédios.
Todavia, o Programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, abriu novas perspectivas de negócios à Megasul Concretos, atualmente construindo núcleos habitacionais em diversos municípios. Larissa salientou, no entanto, que obras com recursos federais, liberadas via Ministério das Cidades/Caixa Federal, exige das empresas construtoras adesão ao PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat. É um programa de qualidade nas obras, que criou um novo conceito em obras públicas no Brasil, garantindo qualidade na estrutura e no acabamento dos prédios e rompendo com um passado de construções que se caracterizavam pela inobservância de um padrão mínimo de excelência.
BDI – Larissa colocou em sua palestra a sigla BDI, que sintetiza os custos fixos de uma construtora, que são agregados ao custo da obra propriamente dita, para chegar ao preço final. São custos administrativos, juros de financiamentos, obrigações sociais e impostos,que precisam estar quitados e comprovados, para o governo repassar parcelas relativas a obras contratadas. Sem comprovar regularidade fiscal e trabalhista (salários, FGTS e Previdência), a empresa não recebe pagamentos do governo. Isso explica, disse Larissa, porque as construtoras têm um preço mais alto que as obras feitas diretamente pelo interessado.
VERTICALIDADE – Larissa informou
em sua palestra a Verticalidade adotada pela Megasul, produzindo o que precisa em suas obras, com frota própria de caminhões para buscar matéria prima e a cultura de fazer o seu próprio abastecimento, sempre que isso for possível. A Central de Compras é em São Luiz Gonzaga, de onde é feita a distribuição do material aos canteiros de obras. O custo da logística é reduzido fazendo fretes na ida e retorno com matéria prima adquirida. A Verticalidade inclue administração enxuta, 95 empregados , gerenciamento continuo e avaliação de procedimentos. É rotina na empresa, disse Larissa, a leitura dos Diários Oficiais da União e do Estado, bem como de sites na internet, para identificação de obras com licitações abertas. Essa navegação também permite ter acesso ao BDI dos concorrentes e ao cálculo do preço médio para vários tipos de construções, que servem como material de consulta na fixação de propostas em licitações.
Ao final de sua palestra, Larissa Pisoni Gelatti respondeu várias perguntas do público. Em sua exposição mostrou preparo e conhecimento, adotando um timbre de voz único e continuidade expositiva que segurou a atenção do público do começo ao fim.
Atualmente, a Megasul tem como foco a região noroeste, em função do número de obras contratadas nessa zona do Estado e que está mais próxima de sua sede, facilitando assim a administração dos canteiros de obras.
Legenda Larissa, no momento da palestra
Arquivo digital Larissa
O ‘case’ da Cerélus, indústria de alimentos integrais, é uma história de superação
A segunda palestra na abertura do Seminário da Indústria, quarta-feira, no salão de atos da URI-São Luiz, esteve a cargo de Claudir Ott, diretor da Cerélus – Indústria de Alimentos Integrais, de Ijuí. Natural do município de Constantina-RS, iniciou sua vida como agricultor. Jovem em busca de oportunidades, mudou-se para Ijuí, onde fez formação em escola técnica agrícola e iniciou o curso de Administração de Empresas, que não chegou a concluir. Atualmente, além de ser o principal executivo da Cerélus, é presidente do Conselho Consultivo do Sesi de sua cidade e membro da diretoria da ACI de Ijuí.
O INÍCIO – Com a visão de agricultor, fortalecida pela formação técnica, Claudir Ott foi sensibilizado pela importância que desde as décadas finais do século passado, ganharam os alimentos integrais, que começaram a inverter a preferência dos consumidores, em busca de saúde e vida saudável. À medida que as pessoas descobriam o valor do alimento integral, simultâneamente se abria uma oportunidade de negócio que o empreendedor Claudir Ott percebeu e não deixou escapar. Foi assim que iniciou a Cerélus, que no início até tinha outro nome, mas se consolidou com a atual denominação. No início, a indústria estava instalada em uma casa 4x3metros e as vendas eram feitas com velho automóvel Corcel, com o qual o próprio Claudir procurava mercados pedindo oportunidade para seus produtos. A produção era quase artesanal e a empresa cumpria a típica trajetória de uma micro-empresa.
Até que abriu relações com o Sebrae, que lhe encaminhou a um banco que lhe financiou recursos para iniciar a instalação da indústria propriamente dita. Isso foi em 1994, quando fez o lançamento de embalagens com marca própria. Em 1998 já tinha um veículo para fazer a venda no sistema de pronta-entrega. No ano 2000 ingressou no programa Extensão Empresarial, através do qual adquiriu conhecimentos para adotar normas de produção na fábrica e conceitos para administrar o negócio. Veio a informatização administrativa, a automação comercial, a melhoria nos sistemas produtivos e a participação nas feiras e eventos..
ATUALIDADE – A Cerélus hoje tem seus produtos à venda em supermercados de todo o Estado. A embalagem é resistente, feita com polietileno e pet, que deixa o produto imune à umidade e garante sua integralidade até o momento do consumo.
Em 2009 a Cerélus passou por total reestruturação, com modernização e ampliação de seu parque industrial e a adoção de metas no comercial e critérios de logística para dar mais competitividade nas vendas. O crescimento é constante. Com uma equipe de 40 funcionários e um sistema de produção automatizado, graças ao complexo industrial instalado, em boa parte com tecnologia própria da empresa. A fábrica tem uma área de 1.800 m2, onde se produz 80 tipos de produtos.
LINHA DE PRODUTOS – A Cerélus tem hoje uma linha de 80 produtos.O seu mais recente lançamento são as barras de cereais, que significou um desafio, porque a comercialização não se realiza no mesmo plano dos demais produtos da empresa. Mas hoje já é um sucesso. As Barras de Cereais, como alimentos integrais, têm seis sabores, Maçã e Canela, Banana, Aveia e Mel, Coco, Uva, Castanha e Mel, Casstanha do Pará e Castanha do Pará e Zero Açúcar. Tem também uma linhade quatro sabores combinados com Chocolate:Castsanha, Morango, Brigadeiro e Coco.
A linha tradicional da Cerelus, são os derivados de grãos, como arroz integral, canjicade trigo, cevadinha, gergelim, linhaça e soja; massas integrais, aveias, granolas, mistura para pão, farelos, farinhas de arroz, aveia, centeio integral, farinha de soja e outras; e produtos diversos, como açúcar mascavo,extrato de soja, germe de trigo, levedo de cerveja, maçã desidratada, ração humana, trigo para kibe etc.
O lançamento mais recente é a Chia, a semente que elimina gordura e é apresentada em várias versões, grãos, farinha e óleo.
Ao final de sua palestra, Claudir Ott respondeu muitas perguntas do público.
Legenda Claudir Ott, no momento da palestra
Arquivo digital claudio